Posted: 03 Sep 2015 08:55 AM PDT
Com a proximidade do próximo Enem – Exame Nacional do Ensino Médio – que será realizada nos
dias 24 e 25 de outubro
de 2015, a maioria dos candidatos fica muito preocupada e ansiosa em
relação ao tema da proposta de redação e, por isso, nesta reta final,
tentaremos abordar, nesta coluna, mais assuntos que podem ser temas da
prova de produção escrita do Enem. Obviamente, temos de ter em mente que
trata-se de uma caixinha de surpresas e, caso tenhamos abordado o tema
neste espaço, ele pode ser tratado na proposta de redação sob uma outra
ótica, situado em um outro contexto, sob uma perspectiva não apontada
por nós etc.
O tema da coluna de hoje – excesso de peso e
obesidade no Brasil – ganhou uma maior relevância na última semana de
agosto com a divulgação de uma nova pesquisa, realizada pelo IBGE
(Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), que afirma que 56,9%
dos brasileiros estão acima do peso e 20,8% dos cidadãos estão obesos.
A fim de distinguir um do outro, o
excesso de peso é diagnosticado quando o cálculo do IMC (Índice de Massa Corporal) está igual ou superior a 25 quilos por metro quadrado; já a
obesidade é constatada quando o resultado é maior do que 30 quilos por metro quadrado.
Excesso
de peso e obesidade são assuntos que têm sido levantados há um bom
tempo quando se fala em problemas de saúde pública, nutrição e
preconceito no nosso país, já que o Sistema Único de Saúde (SUS) deveria
estar preparado para tratar, clinicamente e por meio de cirurgias, com
equipes multidisciplinares (compostas por médicos, nutricionistas,
psicólogos, cirurgiões plásticos e educadores físicos), pessoas que
estão acima do peso ou obesas; além disso, infelizmente, estes
indivíduos são tratados como preguiçosos e não como doentes, já que
obesidade é uma doença que deve ser tratada como outra qualquer, ou
seja, há muito preconceito e discriminação acerca deste tema.
Pesquisa do PNS revelou que 20% dos brasileiros são obesos.
Recentemente
os transportes públicos, como ônibus, metrôs e trens, passaram a ter
assentos especiais para obesos, assim como salas de cinema e teatro, mas
apenas isso não basta. Candidatos a concursos públicos já foram
barrados na etapa do exame médico por estarem acima do peso, mas não por
não estarem aptas ao cargo, mas por preconceito. Inclusive, crianças
nestas condições são um dos maiores alvos de
bullying nas escolas brasileiras.
A
Pesquisa Nacional de Saúde (PNS), realizada pelo IBGE, entrevistou e
avaliou fisicamente mais de 81 mil pessoas em toda a nação no segundo
semestre de 2013 e relaciona o excesso de peso e a obesidade à má
nutrição e ao sedentarismo. Resumindo,
seis de cada dez brasileiros adultos estão acima do peso e dois de cada dez estão obesos
e o resultado se mostra cada vez pior, pois há dez anos atrás o índice
de pessoas com excesso de peso era de 42,3%; já entre 2008 e 2009, a
porcentagem chegou aos 50%.
Segundo a PNS, o estado do Rio Grande
do Sul concentra o maior número de pessoas com excesso de peso (63,3%
dos adultos acima dos 18 anos), seguido do Mato Grosso do Sul, Rio de
Janeiro e São Paulo, todos com 60,4%.
Para o médico endocrinologista Walmir Coutinho, presidente da World Obsity Federation, se continuar assim,
o Brasil poderá ter o maior número de obesos no mundo dentro de 15 anos, já que para ele trata-se de uma verdadeira epidemia. Em entrevista à página da
BBC Brasil,
Coutinho aponta para a ingestão de comidas e bebidas pouco ou nada
saudáveis, por crianças e adultos, além do sedentarismo, como os maiores
problemas em relação ao peso no país. O médico também aponta que
Governo, família e escola têm responsabilidades nesta questão, já que as
crianças comem o que os pais oferecerem e permitem, a escola
proporciona poucas aulas de Educação Física e o Governo em relação a
saúde pública.
E você, leitor, como pensa que devemos agir a fim de combatermos esta epidemia?
*CAMILA DALLA POZZA PEREIRA
é graduada e mestranda em Letras/Português pela Universidade Estadual
de Campinas (UNICAMP). Atualmente trabalha na área da Educação exercendo
funções relacionadas ao ensino de Língua Portuguesa, Literatura e
Redação. Foi corretora de redação em importantes universidades públicas.
Além disso, também participou de avaliações e produções de vários
materiais didáticos, inclusive prestando serviço ao Ministério da
Educação (MEC).
**Camila é colunista semanal
sobre redação do nosso portal. Seus textos são publicados todas as
quintas! Também é uma das professoras do Programa de Correção de Redação do infoEnem.