quarta-feira, 16 de abril de 2014

O SILÊNCIO

Do Cinematógrafo Lumière até as salas de projeção em 3D muita coisa mudou. Dessa invenção que, em julho de 1897, assombrou a sociedade carioca, que com espanto presenciara “pinturas moverem-se, andarem-se, trabalharem, ouvirem, chorarem, morrerem, com tanta perfeição e nitidez, como se Homens, Animais e Coisas Naturais fossem” como registrou cronista da época, surgiu a sétima arte – o cinema.
Dia desses, me rendi ao apelo das crianças e fomos ao shopping, não gosto dessa expressão, parece muito gabola; mas o certo é que fomos lá, não para passear com sacolas de grifes famosas nas mãos, o dinheiro não dá pra isso, muito menos a disposição. Fomos nos “assombrar” com a nitidez e perfeição do cine em 3D, ver e ouvir o lançamento do desenho animado Rio 2. No que pese ao seu favor o forte apelo ecológico, o filme é uma versão brasileira para gringo ver, distribuído pela Fox Filmes sob a direção de um brasileiro. O espaço narrativo sai do Rio de Janeiro e se desloca para qualquer lugar da Amazônia. Blu, personagem protagonista, um produto urbano, precisa se adaptar à dura vida na floresta. A ararinha azul, sua família e amigos depois de uma longa viagem, encontra um bando de ararinhas azuis.  Blu aprende a primeira lição: ele não é o único da sua espécie. Já no bando, sofre a concorrência de um amiguinho de infância de sua companheira, Jade. A segunda lição: ninguém é insubstituível. Depois de várias tentativas de se enturmar com a família de sua companheira e seu sogro, Blu decide participar de uma partida de futebol. Em um lance que domina a bola, passa por todo mundo rumo ao gol, Blu acha que finalmente será reconhecido pelos seus iguais, iria salvar a partida empatada já no último lance, quando faz o gol descobre a tragédia que fez – gol contra. Ai está a sua terceira lição: às vezes, pensamos estar ajudando; quando de fato estamos atrapalhando. Invés do reconhecimento dos amigos, Blu teve a indiferença e o escárnio. Quem nunca passou por essas situações que atire a primeira pedra, mas mire bem na fronte que é pra derrubar de vez! Como diz um velho e batido dito popular “o silêncio, às vezes, falam mais que mil palavras”. Paulo, o de Tarso, é quem não concordava muito com isso, pois não se cansava de dizer que preferia “dizer uma palavra e ser entendido, do que mil palavras e ninguém entender nada”. O silêncio é uma linguagem que poucos entendem. 



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