Do
Cinematógrafo Lumière até as salas de projeção em 3D muita coisa mudou. Dessa
invenção que, em julho de 1897, assombrou a sociedade carioca, que com espanto
presenciara “pinturas moverem-se, andarem-se, trabalharem, ouvirem, chorarem,
morrerem, com tanta perfeição e nitidez, como se Homens, Animais e Coisas
Naturais fossem” como registrou cronista da época, surgiu a sétima arte – o
cinema.
Dia
desses, me rendi ao apelo das crianças e fomos ao shopping, não gosto dessa
expressão, parece muito gabola; mas o certo é que fomos lá, não para passear
com sacolas de grifes famosas nas mãos, o dinheiro não dá pra isso, muito menos
a disposição. Fomos nos “assombrar” com a nitidez e perfeição do cine em 3D, ver
e ouvir o lançamento do desenho animado Rio 2. No que pese ao seu favor o forte
apelo ecológico, o filme é uma versão brasileira para
gringo ver, distribuído pela Fox Filmes sob a direção de um brasileiro. O espaço narrativo sai do Rio de
Janeiro e se desloca para qualquer lugar da Amazônia. Blu, personagem
protagonista, um produto urbano, precisa se adaptar à dura vida na floresta. A
ararinha azul, sua família e amigos depois de uma longa viagem, encontra um
bando de ararinhas azuis. Blu aprende a
primeira lição: ele não é o único da sua espécie. Já no bando, sofre a
concorrência de um amiguinho de infância de sua companheira, Jade. A segunda
lição: ninguém é insubstituível. Depois de várias tentativas de se enturmar com
a família de sua companheira e seu sogro, Blu decide participar de uma partida
de futebol. Em um lance que domina a bola, passa por todo mundo rumo ao gol,
Blu acha que finalmente será reconhecido pelos seus iguais, iria salvar a
partida empatada já no último lance, quando faz o gol descobre a tragédia que
fez – gol contra. Ai está a sua terceira lição: às vezes, pensamos estar
ajudando; quando de fato estamos atrapalhando. Invés do reconhecimento dos
amigos, Blu teve a indiferença e o escárnio. Quem nunca passou por essas situações que atire a primeira pedra, mas mire bem na fronte que é pra derrubar de vez! Como diz um velho e batido dito popular “o silêncio, às vezes, falam mais que mil palavras”. Paulo, o de Tarso, é quem não concordava muito com isso, pois não se cansava de dizer que preferia “dizer uma palavra e ser entendido, do que mil palavras e ninguém entender nada”. O silêncio é uma linguagem que poucos entendem.
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