segunda-feira, 1 de julho de 2013

REGÊNCIA NOMINAL CONTEÚDO E ATIVIDADES - REDAÇÃO DO ENEM TRABALHANDO A COMPETÊNCIA I (AULA 4)

Aurismar Lopes Queiroz - Formado em letras pela  UFPA , 
especialista em Estudos Linguísticos e Análises Literária.
1. REGÊNCIA NOMINAL
Assim como ocorre com os verbos, os nomes substantivos, adjetivos e advérbios podem ser transitivos, isto é, podem precisar de um outro termo para ter o seu sentido completo, a esse termo chamamos de Complemento Nominal. Compare os exemplos abaixo: 

  • Ana comprou um carro. (o substantivo carro tem sentido completo, não precisa de nenhum complemento, o que se poderia fazer era acrescentar um adjunto adnominal para lhe atribuir uma qualidade, um adjetivo, por exemplo. 
  • Ana tem muita curiosidade. O que se disse para o substantivo carro não vale para o substantivo curiosidade; pois diferentemente de carro, o substantivo curiosidade precisa de uma complemento. Afinal, Ana tem muita curiosidade sobre o que? Essa frase poderia ter o seu sentido esclarecido se houvesse um complemento para o substantivo. Veja: Ana tem muita curiosidade sobre o paradeiro do marido. O termo sublinhado é um Complemento Nominal, pois completa o sentido de um nome, no caso, curiosidade.
Assim, Regência Nominal é a relação que há entre os nomes substantivos, adjetivos e advérbios e seus Complementos Nominais. Essa relação é sempre intermediada por uma preposição, ou seja, o nome transitivo, aquele que precisa de complemento, rege sempre uma preposição.
A coleção Ser Protagonista, destinada ao terceiro ano do ensino médio, apresenta a tabela abaixo, contendo a regência dos principais adjetivos, substantivos e advérbios e as preposições regidas por eles. 
Adjetivos
(dês)agradável a
Difícil de
Insensível a
Acessível a
Digno de
Inseparável de
Adequado a
Disposto a
Natural de
Alheio a
Diverso de
Necessário a
Ansiosos de, por
Dotado de
Negligente em
Apto a, para
Douto em
Nocivo a
Atento a, em
Duro de
Obediente a
Avesso a
Escasso de
Ódio a, de, contra, para com
Benéfico a
Essencial para
Oposto a
Capaz de, para
Estranho a
Passível de
Cego a
Exato em
Peculiar a
Compatível com
Grato a
Posterior a
Comum a, de
Hábil em
Prejudicial a
Constante em
Habituado a
Propício a
Contrário a
Idêntico a
Próximo a, de
Cruel com, para com
Impossível de
Repeito a, de, por
Cuidadoso com
Impróprio para
Sedento de, por
Cúmplice em
Incansável em
Semelhante a
Desatento a
Incompatível com
Serviço em
Descontente com
Incompreensível a
Sito em
Desejoso de
Indiferente a
Superior a
Desfavorável a
Inimigo de
Único em
Substantivos
Advérbios
Capacidade de, para
Ódio a, de, contra, para com
Coerentemente com
Concordância a, com, de, entre
Permissão de, para
Concomitantemente a
Dificuldade com, de, em, para
Piedade de
Consecutivamente a
Horror a
Respeito a, de, por
Independentemente de
Obediência a
Serviço em
Paralelamente a
Obrigação de
Tentativa contra, de, para, para com
Relativamente a


Exemplos de uso comum na língua falada coloquial que foge a essa regra, mas que o estudante precisa ficar atento na hora de redigir sua redação.
  • O irmão do Rafael  é oposto dele. (Veja na tabela que o adjetivo oposto rege a preposição a e não de). Para seguir a regra gramatical essa frase deve ter a seguinte escrita: O irmão do Rafael é oposto a ele. 
  • Tenha respeito com os mais velhos! (O substantivo respeito não rege a preposição com) Tenha respeito aos mais velhos.
  • A casa foi construída paralelamente com o rio. (Essa forma foge da regra) / A casa foi construída paralelamente ao rio.
Observação: é comum a confusão entre o Complemento Nominal e o Adjunto adnominal, no entanto há  diferenças básicas entre os Complementos Nominais  os Adjuntos Adnominais, veja a tabela.

Complemento Nominal
Adjunto Adnominal
Pode ocorrer relacionado a um substantivo, adjetivo ou advérbio.
Ocorre somente com o substantivo.
Vem sempre precedido de preposição.
Só vem com preposição quando for uma locução adjetiva ou uma expressão que indica posse.
É obrigatório para o entendimento do nome.
É dispensável.
Tem valor relacional.[1]
Tem valor qualitativo.

Veja alguns exemplos que nos ajudam a diferenciar esses dois termos.
Adjunto Adnominal
Complemento Nominal
O amor de pai é fundamental para a criança.
Ele tinha uma força de vontade de ferro.
Ele possui uma língua de cobra.
Eu estava alheio aos acontecimentos.
Ela tinha um sorriso de diamante.
Sua atitude é digna de compaixão.


 Exercícios

Leia o texto abaixo para responder as questões.



1. No texto aparecem as seguintes expressões: "a oferta de aplicativos e serviços" e "núcleo agregador do entretenimento da família". Com relação aos termos destacados, pode-se dizer que:
a) São adjuntos adnominais porque estão se referindo a substantivos.
b) Como estão preposicionados, só podem ser complementos nominais.
c) São locuções adjetivas, portanto são adjuntos adnominais.
d) Como tem valor qualitativo são adjuntos adnominais.
e) Como são indispensáveis para o entendimento dos nomes a que se referem, são complementos nominais. 

2. "a oferta de aplicativos e serviços". Levando em conta o mesmo raciocínio que você usou para responder a questão 1, como podemos classificar o termo sublinhado?
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3. Leia o texto do anúncio e marque a opção não está correta.


a) Sabendo que a palavra "disponível" é um adjetivo, então fica fácil concluir que "para toda a casa" é um Complemento nominal.
b) "disponível" possui a mesma regência de "essencial".
c) Sabendo que a palavra "disponível" é um adjetivo, então fica fácil concluir que "para toda a casa" é um Adjunto Adnominal.
d) "disponível" é termo regente, "para toda a casa" é o termo regido.
e) O artigo feminino "a" que acompanha o substantivo "casa" exerce com relação a ele a função de Adjunto Adnominal.
4. Leia abaixo o trecho do conto "Vazio", de Julio Emílio Braz e responda as questões a e b.

"As velas que acenderam em torno Dele refletiam-se com uma luminosidade fraca e bruxuleante na vitrine. As luzes vermelhas e azuis do carro da polícia misturam-se às luzes da cidade e àqueles rostos anônimos que não param de se multiplicar em torno de nós e de nosso fim. Alguém me chama:
_ Menina! Ei, menina!
Continuo fugindo. O vazio me conforta e me protege. Mãos fortes agarram meu braços, movendo-os para trás. O metal frio das algemas se fecham em torno de meus pulsos com um tinir seco e longínquo. As mesmas mãos começam a me afastar da vitrine. 
Puco importa. Nada importa. Sinto um vazio imenso dentro de mim, que só faz crescer, crescer, crescer ..."

a) Há nesse trecho alguma ocorrência de Regência Nominal? Se houver transcreva abaixo.
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b) Quais os casos em que ocorrem Adjuntos Nominais que podem ser confundidos com Complementos Nominais?
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Veja as outras postagens:
(Veja aqui a aula 1)
(Veja aqui a aula 2)
(Veja aqui Preposições Conteúdos e Exercícios)

CONCORDÂNCIA VERBAL: REGRAS E EXERCÍCIOS

ORIGENS DA LITERATURA PORTUGUESA – A ERA MEDIEVAL (1198 – 1434) O TROVADORISMO: A POESIA



[1] Fonte informações: Revista Discutindo Língua Portuguesa, Ano 2/nº 9



9 comentários:

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